| 5# Trotamundos
- thenutsbook
- 16 de ago. de 2020
- 2 min de leitura

Todos os anos é a mesma coisa. Começa quando tenho de vestir o roupão, ao sair da cama. Ainda que o tire 5 minutos depois, é assim que começa. Depois, passo a levar um casaquinho, porque, de manhã, ao sair, já está mais fresco. É nestas semanas que perco mais casacos porque durante a tarde já não preciso deles e deixo-os por aí. Mas quando dou por mim, já não os largo e os corredores à entrada dos supermercados vomitam mochilas com brilhantes e marcadores coloridos. Os dias em que escrevo coisas destas ficaram lá atrás. E os seguintes já chegaram. Os últimos 100 metros do Verão.
Momento COVID19
Esta carta de um médico à sua doente ventilada foi dos relatos mais bonitos que li este mês e devia ser difundida pela DGS com mais insistência do que as recomendações que têm sido feitas. Possivelmente surtiria melhor efeito.
A imagem

Foi esta descrição gráfica do Verão que está a terminar que me descobriu o universo do artista japonês Tatsuya Tanaka, mas vale a pena ver tudo o resto. Podem começar por aqui mas o Instagram dele também é imperdível.
O Megafone
Já se escreveu muito sobre Kamala Harris e o que significa a nomeação dela. Pelo sim pelo não, deixo mais três argumentos: o meu, o da AOC e o do “El País”, que podem ver abaixo.

A Frase Aleatória
Ninguém nos consegue impedir de levar tareia, se quisermos muito.
Material Girl
Se calhar já repararam que gosto de escrever. O Instagram também já reparou, de certeza, porque me levou à @riteintherain que aparentemente é especializada em cadernos à prova de água. Se alguém quiser ajudar-me a acabar com os banhos de imersão arruinados pelas ideias que me fazem emergir da banheira e arrastar-me, como gato encharcado ao recanto da casa onde deixei o caderno ou assegurar a sobrevivência do meu igualmente empapado telemóvel, esteja à vontade.
As Palavras e as Plantas que regamos
A minha mãe costumava chamar-me “Trotamundos”, sempre que me ouvia descer pelas escadas feita terramoto com pernas. Não sei porque é que me deu para investigar a palavra, na semana passada, nem porque raio fiquei tão surpreendida ao perceber que não existe em português. Na realidade, as palavras que a compõem são tão portuguesas como espanholas: “trota”, do verbo “trotar” e “mundos”, que se juntam para definir a incapacidade de permanecer no mesmo local. A fome viva dos passos seguintes.
Nunca sinto tanta fome como nos dias em que começo a levar casaco pela manhã. É o tempo por excelência de começar a regar as nossas plantinhas, esperar que aguentem o Inverno e que deem em flores na Primavera. (Este tweet deu-me vontade de fazer um jardim.) Fiquei maravilhada com estas; que não são bem flores, são balões de ar gigantes e estão a levar internet até ao Kenya. E isso é regar com propósito.
Veremos o que Setembro traz. Até lá, ainda nos resta um bocadinho de oceano pela frente.

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