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| 7# Last Stop




Antes de mais, peço-vos que me deixem começar esta carta com o seguinte diálogo:


"- Are you excited about school?

- Yeah, we’re going to have a lot of fun stuff!

- What kind of fun stuff?

- I don’t know yet!"


Este é um excerto de um artigo delicioso sobre o regresso às aulas em Nova Iorque. E reflete perturbadoramente bem o meu estado de espírito quanto à escolha da especialidade que se aproxima. Não faço a mínima ideia do que vou acabar a fazer mas estou entusiasmadíssima e os meus marcadores vão ser os mais bonitos de todos!


E porque quando temos alguma coisa a ocupar a cabeça, tudo o resto tende a ser sugado lá para dentro, este ensaio sobre como tomar decisões, especialmente em épocas particularmente estranhas como a que vivemos veio mesmo a calhar.





O chamamento ao mártir


Uma coisa fantástica de passear pela Internet é que abrimos um separador à procura do que quer que seja e frequentemente damos por nós 15 minutos depois com 15 separadores abertos sem que nenhum dos quais nos sirva para o propósito inicial. Acho que isso é mágico. Na semana passada, comecei a ler um artigo sobre as livrarias e - pasme-se - o seu potencial para decidir eleiçóes. Acabei "dentro" de uma reflexão excelente sobre aquilo a que em português chamaria “a carta da vocação”. Aquela coisa que se atira à cara dos trabalhadores essenciais - com os profissionais de saúde à cabeça - quando procuram melhorar as suas condições de trabalho. O espírito de missão “tudo espera e tudo suporta” por isso se queremos trabalhar e viver melhor é porque não o temos. Não gostamos disto o suficiente. Somos egoístas:


“You know what we do with people we’ve deemed “essential”? We rarely compensate them more. We don’t protect them. We don’t actually venerate them, because veneration entails respect, and respect means paying people a living wage and not asking more of them than we’re willing to give ourselves."

Coincidência ou não, na avalanche de separadores daquela tarde, também li um excelente artigo sobre o que acontece quando nos limitamos a expressar opiniões conformes com a norma e sobre a importância de debater para progredir.


As bolachas desta edição



Numa altura em que a pandemia arruinou os meus planos A, B e C parra as férias do Natal, este site incrível deixa-me pesquisar por cidade ou país e os resultados são recomendações de livros cujas histórias acontecem nesses locais. Plano D, here we go!


Esta deixou-me a pensar uns bons minutos. No meio de tanta reflexão (e tanto pânico, para vos ser honesta), encontrei calma a ler sobre como os elefantes vão ajudando a combater as alterações climáticas à sua passagem, maximizando a captura de carbono. Ok, confesso que sou ainda mais louca por elefantes do que por unicórnios mas, pensem nisso por um minuto. Eles andam. Muito. E à sua passagem, ao longo do seu percurso, de maneira tão silenciosa que só pôde ser documentada com rigor agora, vão melhorando o mundo que é de todos, assim como quem não quer a coisa, na sombra.


Não imagino melhor projeto de vida.


Para terminar e em espírito de fecho de círculo que começou no entusiasmo daquela miúda adorável, deixo a frase que me consolou este mês (e que provavelmente estará de serviço até ao próximo), retirada da última crónica de Oliver Burkeman para o The Guardian: "The future will never provide the reassurance you seek from it. As the ancient Greek and Roman Stoics understood, much of our suffering arises from attempting to control what is not in our control. And the main thing we try but fail to control – the seasoned worriers among us, anyway – is the future. We want to know, from our vantage point in the present, that things will be OK later on. But we never can. (This is why it’s wrong to say we live in especially uncertain times. The future is always uncertain; it’s just that we’re currently very aware of it."

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