Ansiedades e Ansiolíticos 17/03/2025
- thenutsbook
- 21 de mar.
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- Os travões ou a falta deles. Foi mesmo no início da semana quando travei a fundo no meio da estrada que se estende em frente à estação para evitar atropelar o relâmpago de rapariga com as pontas do cabelo salpicadas de cor-de-rosa que se lançou sobre uma passadeira inexistente. Olhou para mim como um coelho assustado, nao por mim, que parei mais fo que a tempo, talvez pela vida. "Oxalá, alguém te faça sorrir hoje", rezei eu enquanto nos afastávamos.
- O jornaleiro da Praça de Entrecampos, que me viu desaguar ali, qual pássaro encharcado e assustado, já lá vão 12 anos e me sorriu. Continua a sorrir-me, agora que somos vizinhos e que o susto já me saiu quase todo do corpo embora ainda me encharque de vez em quando. É o preço a pagar pelo ódio aos guarda-chuvas.
- Um homem bom. Quase toda a gente utilizou esta expressão, relativamente a Miguel Macedo. DIz-se que usar a bondade para descrever alguém é um recurso de emergência quando não se encontra outra coisa positiva mas eu penso o contrário. Acho que é a única coisa que interessa. Pudéssemos nós dizer isso de toda a gente.
- Os amigos. Num momento de partilha das desgraças múltiplas desta doença crónica que é o Internato Médico, enviei uma selfie com a minha melhor tentativa de sorriso-feliz-de-quem-colhe-dados-até-às-2h para os companheiros do costume. Até eu cheguei a acreditar na minha cara mas 5 minutos depois choviam as mensagens de "estás bem?", "o que é que se passa?", "quando combinamos?". Há uns anos, escrevi que as amizades são espelhos. Não é possível mentir-lhes. Ainda bem.
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