Dou por mim a pensar quando voltaremos a poder abraçar-nos ou beijar-nos sem restrições. Logo eu que costumava andar sempre colada às pessoas. Logo nós, filhos de nações tão propensas a ver com as mãos.
Lá para o fim da faculdade comecei a questionar a natureza dos abraços que dava, do contacto fÃsico tão próximo de toda a gente. Quando o curso acabou, compreendi que fazia parte de um enorme espectáculo de fogo de artifÃcio… brilhante, vistoso, colorido, bonito de se ver… mas sem grande conteúdo.
O último ano desvendou-me múltiplas formas de suporte de órgão à distância, que costumam partilhar convosco na #pilares. Ainda assim, quero acreditar que estamos a tornar-nos mais exigentes. Originais, no mÃnimo.
Achei a ideia mágica. Uma oportunidade de criar uma ligação humana real que a distância não tornasse menos verdadeira. Talvez fosse disso que sempre andámos à procura. Ironicamente, no mês em que a pandemia explodiu em todo o mundo, um dos projetos mais originais que conheci dava por concluÃda a sua missão. O Send Me SFMOMA, foi o chatbot criado pelo San Francisco Museum of Modern Art com o objetivo de tornar a sua coleção mais acessÃvel ao grande público, baseado numa interação muito simples. A pessoa enviava uma palavra ou um emoji via SMS e recebia uma fotografia de uma das obras do museu. O pedido número 1? Adivinharam. Mais de 190 000 pessoas escreveram Send Me Love.