Estou neste cafézinho que é enorme, mas que por alguma razão me parece o lugar mais aconchegante do mundo. Suspeitosamente parecido ao café a que ia com a minha mãe, de maneira quase religiosa, a cada sexta-feira à tarde, no fim de se uma semana de trabalho.
Pedi um café e uma fatia de tarte de maçã, também ela, perigosamente parecida à que o meu avô levava lá para casa em quantidades industriais.
Acabo de vir do cartório. Lá dentro, assinei um papel que autoriza três pessoas a escolher a minha especialidade por mim, no caso, felizmente improvável, de que eu própria me veja impedida de o fazer por motivos de, assim só como exemplo, infeção por COVID19. Foi uma escolha interessante. Porque não foi escolha. Não decidi coisa nenhuma. Só podiam ser eles. E essa é uma reflexão curiosa. Amamos dezenas de pessoas e há dezenas de maneiras de amar. Mas hoje, confiar o meu futuro a 3 pessoas maravilhosas parece-me a mais bonita. E mais bonito ainda que eles tenham dito que sim. Hoje, estou embrulhada no amor do Filipe, do Pedro e da minha mãe. E sabem que mais? Sabe a tarte de maçã.
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